Coloproctologia

Só idosos têm incontinência fecal? – Dra. Lucia de Oliveira – Coloproctologista – Clínica de Coloproctologia


Desmistificando um tabu que afeta todas as idades

“A incontinência anal ou fecal é uma condição que pode acometer crianças, jovens e idosos. Este sintoma pode ser resultado de um distúrbio evacuatório em crianças, uma lesão causada por um parto vaginal em mulheres jovens, um processo de desnervação da musculatura associado ao envelhecimento ou doenças neurológicas no idoso. Então a resposta é: a incontinência não é exclusiva dos idosos.”
Dra. Lucia de Oliveira, MD, PhD – Coloproctologista, Doutora pela USP e Fellow na Cleveland Clinic Florida

Dra. Lucia de Oliveira – Coloproctologista

Dra. Lucia de Oliveira – Coloproctologista

As principais necessidades dos pacientes com incontinência fecal

A incontinência fecal é uma condição silenciosa, muitas vezes cercada por vergonha, medo e isolamento. Embora seja erroneamente associada apenas à terceira idade, pessoas de todas as faixas etárias podem sofrer com a perda involuntária de fezes ou gases, comprometendo gravemente sua qualidade de vida.

Os principais impactos relatados por pacientes:

  1. Constrangimento social — medo de sair de casa, frequentar eventos ou até mesmo trabalhar.
  2. Baixa autoestima — sensação de perda do controle sobre o próprio corpo.
  3. Comprometimento do bem-estar emocional — quadros de ansiedade e depressão.
  4. Negação e atraso no diagnóstico — muitos pacientes demoram anos para buscar ajuda médica.
  5. Dificuldades na vida íntima e conjugal — especialmente em mulheres que desenvolveram a condição após partos vaginais traumáticos. 

É fundamental compreender que a incontinência fecal não é uma sentença de vergonha. É uma condição médica tratável, que deve ser acolhida com sensibilidade e resolvida com estratégias clínicas individualizadas.

O que é, afinal, a incontinência fecal?

A incontinência fecal consiste na perda involuntária de fezes líquidas, sólidas ou gases,em individuos com mais de 4 anos. Acontece quando os músculos ou nervos que controlam o reto e o ânus estão enfraquecidos, lesionados ou mal coordenados.

Ela pode ser classificada como:

  • Passiva – o paciente não percebe o escape fecal.
  • De urgência – há consciência da evacuação, mas falta tempo para chegar ao banheiro.
  • Combinada – presença dos dois tipos acima. 

As causas variam conforme a idade, sexo e histórico clínico, sendo comum em:

  • Mulheres após parto vaginal;
  • Pacientes com lesões no assoalho pélvico;
  • Pessoas com doenças neurológicas (Parkinson, AVC, esclerose múltipla);
  • Idosos com desgaste muscular progressivo;
  • Crianças com distúrbios evacuatórios ou malformações congênitas. 

Opções de tratamento: soluções modernas e eficazes

O tratamento da incontinência fecal é personalizado, ou seja, varia conforme a causa, o grau de comprometimento e o perfil do paciente. A boa notícia é que hoje existem múltiplas abordagens eficazes.

1. Tratamento clínico e conservador

Recomendado para casos leves e funcionais.

Inclui:

  • Ajustes alimentares (fibras, probióticos);
  • Medicamentos antidiarreicos;
  • Fisioterapia pélvica especializada incluindo Biofeedback (exercícios de fisioterapia com sensores para reeducação muscular);

Vantagens: não invasivo, seguro, melhora a percepção corporal.

2. Reabilitação do assoalho pélvico

Fundamental principalmente para mulheres com lesões pós-parto ou homens após cirurgia de próstata.

Inclui:

  • Eletroestimulação anal;
  • Terapia comportamental;
  • Técnicas manuais fisioterapêuticas. 

Vantagens: restaura o controle, fortalece músculos, melhora o desempenho esfincteriano.

3. Neuromodulação sacral

Tratamento moderno e altamente eficaz.

“A neuromodulação sacral, que envolve a implantação de um eletrodo e um neuroestimulador no terceiro nervo sacral, é um procedimento minimamente invasivo, bem estabelecido e reversível, sendo atualmente considerada o tratamento de primeira linha para incontinência fecal e bexiga hiperativa.”Dra. Lucia Oliveira

Indicações: incontinência refratária a tratamentos convencionais.

Vantagens: reversível, seguro, resultado rápido, melhora significativa da qualidade de vida.

 

4. Tratamentos cirúrgicos

Indicados para casos graves ou estruturais.

Podem envolver:

  • Esfincteroplastia (reconstrução do esfíncter);
  • Cirurgias reconstrutivas do reto e canal anal;
  • Técnicas com uso de células-tronco para regeneração tecidual. 

Vantagens: solução definitiva em casos de lesão anatômica grave.

 

Prevenção, diagnóstico e acolhimento

A maioria dos pacientes com incontinência fecal sofre em silêncio. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de reversão completa. A educação em saúde e a escuta acolhedora são fundamentais.

“Para tratar um paciente com esse impactante sintoma, busque o auxílio do especialista.”
Dra. Lucia de Oliveira, MD, PhD

Nunca é tarde para buscar ajuda. E nunca é cedo demais para evitar que essa condição evolua. Com o olhar correto e a conduta adequada, é possível reconquistar o controle e viver com dignidade.

 

Se você ou alguém próximo sofre com perda involuntária de fezes ou gases? Isso não é normal, e não precisa continuar assim.
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Fontes consultadas

  • Oliveira, L. – Entrevista à Anfaspress, 2025 
  • Sociedade Brasileira de Coloproctologia (www.sbcp.org.br) 
  • Cleveland Clinic Florida – Pelvic Floor Disorders Program 
  • NIH – National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases 
  • Livro: Coloproctologia – Fundamentos e Prática Clínica (Ed. Manole, 2022) 
  • UpToDate – “Fecal incontinence in adults: Management”



Dra Lucia de Oliveira – Coloproctologia Rio de Janeiro

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